Por que quando lemos livros de terror sentimos tanto medo?

É impressionante a sensação ao nos depararmos com livros de terror. Por estarmos totalmente focados no enredo, acabamos esquecendo o mundo a nossa volta, porém através de ruídos externos, o mundo mostra que ainda existe.

De supetão ouve um barulho vindo da cozinha, como está na sala, pensa não ser nada. Aí, novamente, o barulho se faz audível. Seu primeiro pensamento poder ser: “Ah, não é nada.”, mas infelizmente este tende a desaparecer quando o barulho continua. Nossas mãos ficam soadas, o coração passa a bater em frequência alta, a respiração também acelera. Em um sopro de coragem, levanta e vai ver de fato o que há na cozinha, e se depara com a porta batendo contra o batente devido ao vento que só está ali para ajudá-lo a ficar com mais medo.

Este cenário descrito anteriormente é bem comum, pois o medo é algo natural e nos acompanha desde o início de nossa espécie. O medo é a forma que nossa cérebro encontrou para nos dizer que há algo de errado ocorrendo e que não é melhor se aproximar, ou é melhor fugir. Agora, por que quando lemos um livro de terror, temos tanto medo? O que ocorre em nosso cérebro para, mesmo sabendo que é tudo ficção, ainda termos medo?

Ao adentrarmos no enredo da história, nosso cérebro foca em apenas um ponto, o que nos ajuda a visualizar tudo o que está ocorrendo no livro. Ao ocorrer momentos de terror na obra, devido a nossa atenção, nosso cérebro gera uma reação em cadeia que começa com um estimulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da frequência cardíaca, para nos ajudar a fugir do perigo iminente. Esta é a primeira explicação do medo e do porquê nosso coração bate tão rápido quando lemos histórias horripilantes.

Agora, e o restante, o que mais acontece em nosso cérebro? As mesmas liberações de compostos químicos tendem a energizar os músculos e acelerar nossa respiração, além de liberar o suor em nosso corpo. Este estimulo também é causado quando estamos em frente a uma plateia enorme. Onde o famoso “frio na barriga” se mostra, o que significa que estamos com certo medo, que na verdade é interpretado como vergonha de palco, ou medo de palco.

Nosso cérebro interpreta tudo usando inicialmente ideias antigas, passadas de geração para geração, onde era necessário fugir, não arriscar, ficar longe de um local que aparenta estar ocorrendo algo ruim. Nosso cérebro presume as coisas, e a forma mais rápida e lógica que ele encontra é dizer que há, por exemplo, um ladrão na cozinha. Devido ao nosso cérebro comparar um acontecimento com outro, e analisar o que há de igual, tira assim sua conclusão do que pode estar ocorrendo no local de onde o ruido está saindo.

E por isso, podemos notar que nosso cérebro apenas compara tudo a volta com o ocorrido na história, nota que há muitas coisas similares, e coloca um alerta vermelho em sua cabeça, mostrando que há algo de errado. É isto que ocorre quando está lendo algum livro de terror, a liberação química de componentes que querendo ou não, são para sua proteção, mesmo sendo bem chatos.