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Querido diário poético:


São 2:36 da manhã

hoje eu sai para ver as estrelas do céu

não vi nenhuma

mas quebrar a rotina é acolhedor

agora já são 2:38

eu estou sozinha, mas me sinto bem.

Todos os domingos vou almoçar com meus avós

quando estou voltando, vejo um senhor vendendo pipoca

é assim desde que nasci

domingo após domingo

e eu o amo, pois sei

que se algum domingo ele não estiver mais lá

vou chorar.

Às vezes eu sento do lado do telefone esperando ele tocar

ele nunca toca

mas eu não ligo

eu tenho síndrome de “esperar aquilo que não vai acontecer”

não só com o telefone, mas com o resto de toda minha vida

não perder a esperança é bom

se cegar que é.

Quando vejo uma flor na rua confesso que sinto vontade de arrancar

são tão lindas e agradáveis de olhar,

penso eu que as flores são como o amor

ou como a pessoa que a gente ama,

não guarde só para você

deixe florescer.

A sensação do vento batendo no meu rosto é a melhor

da para sentir a vida correndo pelo seu corpo,

não se incomode se o vento bagunçar o seu cabelo

sinta ele com todo seu coração, se deixe arrepiar

e aí sim, arrume seu cabelo

ou deixe bagunçado mesmo

algumas desordens são mais bonitas do que se pensa.

Agora são 2:36 da manhã do dia seguinte

ainda não dormi

lembrei de uma coisa triste e chorei

dormi

ontem quando sai de madrugada foi melhor

mas se eu não tivesse chorado hoje

eu não saberia.

Quando eu penso assim me sinto mais feliz

aliás eu sou feliz,

mas se eu não ficasse triste as vezes

nunca saberia mesmo se sou feliz.


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