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Literatura ao Redor do Mundo: Grécia


Diogo-Santos-Iliada

Neste segundo artigo falaremos de Hesíodo e daremos continuidade ao nosso primeiro artigo que introduziu a literatura na Grécia. Caso queira ler o primeiro, clique aqui e divirta-se! Neste segundo texto traremos a tona também a poesia lírica e expandiremos os temas abordados anteriormente.


 

HOMERO:


No artigo anterior falamos de Homero, um grande historiador grego que escreveu a Ilíada e a Odisseia, obras importantíssimas para conseguirmos entender a sociedade grega e seus costumes e inclusive “fatos históricos”. A Ilíada, por exemplo, fala da ira de Aquiles e do período de 50 dias durante o décimo e último ano da Guerra de Troia, que muitos milênios depois, foi retratada até mesmo um filme hollywoodiano com Brad Pitt e Orlando Bloom.


Para que consigamos de fato entender tal obra e compreender sua importância, devemos ao menos saber um pouco sobre o panteão grego com seus Deuses. Homero não nasceu no mesmo período de Sócrates, Platão ou Aristóteles, com isso a literatura foi influenciada, em seu período, pela mitologia, a necessidade de provar as coisas e os acontecimentos a partir de Deus, ou no caso de Homero, Deuses. Por tanto, lendo tal obra Homérica é possível notar razões divinas e sobrenaturais para acontecimentos, pois a filosofia, que acreditava na lógica, na razão, ainda não havia sido iniciada por Sócrates.


Na lenda contada na Ilíada, Aquiles é filho da Deusa Tétis, uma ninfa do mar que era cobiçada como mulher por Poseidon e Zeus, porém Prometheus profetizou que o filho da Deusa seria maior que seu pai. Sabendo disso, os Deuses Zeus e Poseidon destinaram a mão de Tétis a Releu, um mero mortal já idoso, planejando desta forma enfraquecer Aquiles.


A mãe de Aquiles, a fim de fortalecer seu filho, o mergulhou no rio Estige, de Hades. As águas o tornaram invulnerável, exceto no calcanhar, por onde sua mãe o segurou para mergulhá-lo no rio. Ao crescer, a mãe de Aquiles profetizou que ele poderia escolher dois destinos: lutar em Troia e desta maneira alcançar a glória eterna, mas morrer jovem, ou ter uma vida longa, em sua terra natal, mas ser logo esquecido. E foi assim que iniciou a jornada do herói e esta grande história épica que Homero nos agraciou.

 

Hesíodo

Logo após Homero, nosso primeiro autor grego citado, veio Hesíodo, que é datado entre 750 e 650 antes de cristo, por volta do mesmo período que Homero. Hesíodo é creditado por grandes estudiosos como uma das principais fontes da religião grega, das técnicas rurais, dos pensamentos econômicos, da astronomia grega arcaica e do estudo do tempo.


Hesíodo foi um poeta oral, utilizava a fala, a declamação de versos para introduzir enredos e pensamentos. O autor em sua vida literária, utilizou estilos poéticos como: gnômica, hínica, genealógica e narrativa, mas mesmo utilizando tais estilos, não foi capaz de dominar todos com total destreza. Há muitas comparações entre Homero que desfavorecem Hesíodo. Em M. West Theogony, página 72, linha 3, ele é comparado por um estudioso moderno como um artesão com dedos grandes e desajeitados com um alfaiate profissional delicado, que seria Homero.


Hesíodo tem uma característica única, a de falar de si próprio em seus trabalhos e de sua vida. Em sua obra "Trabalhos" fala de seu vilarejo, nas proximidades de Téspia, na Beócia, chamada Ascra que para o autor era uma aldeia amaldiçoada cruel no inverno, penosa no verão e que jamais era agradável.


Em sua vida, devido a problemas com as autoridades corruptas da época, acabou ficando pobre e passou a sobreviver as custas de um poeta mais precavido, não retratado na obra "Trabalhos". Hesíodo, diferentemente de seu pai odiava e evitava viagens marítimas, embora já tenha ido até a ilha de Eubeia para participar dos ritos fúnebres de um certo homem chamado Atamas de Cálcis. Também em suas obras poéticas, ele descreve seu encontro com as Musas, no monte Hélico, onde ao levar suas ovelhas para pastar, acaba encontrando as Deusas que o entregaram um ramo de louros, que era símbolo de autoridade poética na época.


Em nosso próximo artigo nós focaremos nos trabalhos deste grande autor importantíssimo para a história grega. Hesíodo tem muitos créditos que devem ser entregues devidamente a ele, seu trabalho com a religião foi primordial para que atualmente entendêssemos o panteão grego e as crenças da antiga Grécia.


 

Poesia Lírica

Muitos estilos poéticos eram presentes na literatura grega, como a poesia lírica que originalmente era cantada ou acompanhada por flautas ou liras, daí o nome "lírica". Na poesia lírica o autor fala diretamente ao leitor, onde os sentimentos, o estado de espírito e as percepções do mundo pelo autor são representados. Como em uma tela que há uma pintara que retrata sentimentos, emoções e momentos, a poesia lírica traz o amor, as visões ideológicas e sentimentos de seus autores. Ela pode representar o "Eu" do próprio poeta, ou este pode retratar também personagens.


Grandes poetas deste estilo são Fernando Pessoa, Horácio com a poesia Odes, Virgílio com a poesia Bucólicas, Chico Buarque, entre muitos outros. Muitos poetas contemporâneos, por tanto, utilizam um estilo iniciado na Grécia de poesia, o que demonstra as destrezas desta grande civilização para fazerem arte.


Para o próximo, e terceiro artigo continuaremos a falar sobre Hesíodo e a poesia lírica. Introduziremos o poeta lírico Sapo, grande nome do estilo também. Agradecemos muito por ter lido até aqui, para acompanhar esta série de artigos curta nossa página no Facebook ou inscreva-se em nossa lista de leitores Brasiliterário e fique por dentro de nossa atualizações de acordo com seus gosto. Obrigado pela leitura e nos vemos no próximo "Literatura Ao Redor do Mundo: Grécia".


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